Quando
falamos em relacionamentos, todo mundo, logo imagina, “nossa que complicado!” Vou
tentar explanar em poucas palavras sobre o que é um relacionamento, suas
causas e diferenças. E por quê não a felicidade? E afinal, o que buscamos?
Tudo
inicia quando o ser humano ainda é um bebê. Esse bebê acredita em seus
primeiros meses de vida que sua mãe (cuidador) e ele fazem parte do mesmo ser,
existe aí uma relação simbiótica, primeiramente através do atendimento de suas
necessidades biológicas, e posteriormente com os cuidados que recebe através do
olhar, do falar da mãe, o bebê cria uma demanda de amor, a necessidade de ser
amado, de ser tudo para aquela mãe, porém, isso de forma simbólica. Essa
demanda impossível de ser atendida será frustrada e através dessa quebra da sua
posição de completude que o bebê criará a falta, uma incompletude que será
levada para o resto de sua vida. E através dessa busca por se tornar completo é
que o bebê estará aberto para o mundo social e é aí que se instaura nosso
desejo.
Os
cuidadores terão um papel fundamental na formação das representações
relacionais para este sujeito. Essas imagens formarão os modelos de relações
que conhecemos e que naturalmente buscaremos.
Como
ser faltante nosso desejo nos impulsiona na busca de um ser que nos oferecerá
aquilo que não temos. Vivemos buscando preencher essa lacuna, é na dinâmica
dessa incessante busca que estamos fadados aos prazeres e desprazeres do amor.
A
paixão no início do relacionamento nos dilacera nos envolvendo num estado de
não consciência perfeita e acreditando que aquele ser é o amor eterno. Entramos
num estado ilusório. Quando a paixão se apaga o que fica é o amor, aqui não
vivemos mais numa total ilusão e as falhas irão aparecer e é nesse instante que
as questões serão levantadas e as diferenças apontadas.
A
questão crucial é que nos tempos atuais há urgência para tudo. E um
relacionamento onde as diferenças são apontadas não deve ser levado adiante ao
invés de tentar “consertar” essa relação. Os relacionamentos estão se tornando
cada vez mais superficiais e a individualidade mais valorizada, se o outro não
me agrada, troco, parto para outra. Porém, o sentimento de vazio e o desejo de
completude ainda existe e nunca será saciado.
Alguns
dizem-se felizes sozinhos, porém, a grande maioria vive como no “Mito dos
Andrógenos”, em busca da sua alma gêmea e só assim se sentirá completo.
Temos
que ter em mente que a base de nossos relacionamentos são as representações que
criamos através das imagens que temos dos nossos pais e mães. Porém, não
existirá um ser que poderá nos garantir que essa falta seja suprida.
A
partir daí podemos analisar nossas relações e fazer escolhas, para mantermos um
relacionamento saudável.
Para Philippe Julien, as relações conjugais são pautadas em três dimensões: o amor, o gozo e
o desejo.
O
amor é baseado na esfera do nosso imaginário, daquilo que espero, imagino, que
o outro tenha e que me completa e se baseia naquelas marcas que trazemos
conosco das nossas relações primeiras.
O
gozo, não no sentido do orgasmo e sim, no sentido de energia psíquica que nos
move para nos relacionar com o mundo, essa energia fica no limite entre o
físico e o psíquico, que precisa ser liberada com o tempo, através das nossas
ações, pensamentos e sentimentos a fim de manter nosso psíquico saudável.
E o
desejo, é aquilo que não temos e daquilo que não somos, é a confissão da falta,
do vazio. E a lei do desejo é a única que pode sustentar a diferença entre os
sexos. Essa diferença no sentido de alteridade, ou seja, saber que o outro é
diferente de você e conseguir valorizar isto. E saber que a completude não
existe, nem em nós mesmos, e tampouco numa relação.
Aí é
que está o segredo, para aceitar que o outro não é perfeito, devemos assumir
nossas imperfeições. Como os valores atuais são voltados ao narcisismo, ao
assumir nossas falhas, não estaremos atendendo às exigências de estarmos sempre
bem, de sermos perfeitos e feliz o tempo todo.
Apesar
das desilusões, sofrimentos e dores causadas pelo amor, podemos saber através
da dor, saber aproveitar a felicidade.
A
escolha é sua, afinal o que nos deixa mais vivo do que o sentimento de se viver
um grande amor!
Para você que acredita que um relacionamento pode durar para sempre, leia o ebook "Início sem Fim".
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Para você que acredita que um relacionamento pode durar para sempre, leia o ebook "Início sem Fim".
Muito bem!
ResponderExcluirMuito bem!
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