Depressão

A depressão caracteriza-se por um estado de humor triste, pessimista, baixa autoestima e apatia recorrente. Diferente da tristeza, que é um sentimento muito comum e humano, saudável e até necessário a um desenvolvimento emocional adequado, que mesmo triste segue ajustado e reagindo ao contexto de vida. Já a depressão é uma doença que manifesta-se reduzindo a capacidade física e psicológica, causando prejuízos e limitações aos mais variados aspectos da vida, pessoal, familiar, profissional e social. Aqui as pessoas afetadas são incapazes de reagir e amargam sequelas que se arrastam por muito tempo e há depressões que nem sequer a tristeza é a queixa principal.

Cada vez maior é o número de pessoas que apresentam os sintomas da depressão.  Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 350 milhões de pessoas apresentam essa patologia no mundo.

Os diferentes cenários da vida moderna provavelmente criam dinâmicas que fomentam o aparecimento de transtornos como o estresse psicossocial, a ansiedade e a depressão. Os padrões psicológicos que definem nossa autoestima são aprendidos em um âmbito de altíssima competitividade e contínua pressão social e profissional, além de crescentes exigências financeiras com gastos básicos, medo do desemprego, mudanças tecnológicas cada vez mais rápidas e contínua necessidade de atualização acadêmica ou técnica. Muitos desses desgastes se estendem por meses ou até anos. As idealizações em busca de auto-recompensa, baseados nos padrões culturais como a corrida por prestígio e status social, sonho do casamento de contos de fadas, vida de alto consumo de marcas e a busca pelo corpo perfeito também inflacionam a carga emocional e psicológica.

É importante salientar que a depressão não é frescura ou preguiça como algumas pessoas pensam, ela é uma doença grave, podendo levar ao suicídio.

Como reconhecer a depressão:
  • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade;
  • Desânimo, cansaço mental, dificuldade de concentração, esquecimento;
  • Incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades que antes eram agradáveis;
  • Tendência ao isolamento tanto social como familiar;
  • Apatia, desinteresse, falta de motivação;
  • Indecisão;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desespero, vazio;
  • Pessimismo, ideias de culpa, baixa autoestima, falta de sentido na vida, inutilidade, fracasso;
  • Dores e outros sintomas físicos geralmente não justificados por outros problemas médicos, tais como, cefaleias, sintomas gastrointestinais. dores pelo corpo, pressão no peito;
  • Alterações do apetite;
  • Redução da libido, insonia ou aumento do sono;
  • Ideias de morte e até suicídio.
O tratamento mais indicado atualmente para a depressão é a combinação de medicamentos antidepressivos e psicoterapia.

O papel da família para o tratamento do depressivo é fundamental, pois, não é raro que surjam dificuldades entre a pessoa deprimida e seu cônjuge, filhos entre outros. A família deve estar atenta aos sintomas, e pode incentivá-la, acompanhando-a nas consultas e conscientizá-la que os resultados serão positivos,

Por Sergio Costa - Psicanalista

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