 Tratar da questão da homossexualidade não deveria ser tabu
nos dias de hoje. Muito menos criar polêmica.
Tratar da questão da homossexualidade não deveria ser tabu
nos dias de hoje. Muito menos criar polêmica.
Porém, esse tema ainda causa muito desconforto para quem é e
também para aqueles que acham viver dentro de uma normatividade. 
A homossexualidade sempre existiu e sempre existirá. Vários
fatos históricos contêm personagens e momentos envolvendo a homossexualidade. 
Na antiguidade o amor entre iguais era tão natural que não existia o
conceito de homossexualidade. Se pensarmos como era a relação de amor e crenças
entre os antigos e nos basearmos na mitologia grega, romana ou entre os deuses hindus
e babilônios vamos ver que a homossexualidade existia e muitos deuses nem
tinham sexo definido.
Na antiga Grécia e Roma era absolutamente normal um homem
mais velho ter relações sexuais com um mais jovem. Nessa época era esperado que
os adolescentes aceitassem esse laço de amor e amizade com os mais velhos para
absorver suas virtudes e seus conhecimentos de filosofia. Após os 12 anos,
desde que o jovem aceitasse, transformava-se em um parceiro passivo até por
volta dos 18 anos. Com 25 tornava-se homem e a partir daí esperava-se que
assumisse o papel ativo com outro jovem. 
O conceito de sexo como objetivo exclusivo para procriação,
veio com o cristianismo. E a partir daí gerando repressões e incutindo o
conceito de pecado. 
A homossexualidade então foi perseguida e considerada
anormal ou mesmo doença, e finalmente em 1979 a Associação Americana de
Psiquiatria tirou a homossexualidade de sua lista de doenças mentais. 
Hoje o tema vem ganhando cada vez mais espaço, pela
exposição nas novelas, nas mídias sociais, também no âmbito jurídico, onde
o olhar é por outra perspectiva, onde se reconhece e discute a união estável, o
matrimônio e a adoção por casais homo parentais. 
Apesar de o conhecimento estar mais próximo, ainda existem
muitas pessoas sofrendo por se perceberem homossexuais, tentando se encaixar
num padrão que a sociedade impôs. Isso é injusto e cruel. 
Ao se descobrir homossexual várias questões pairam na mente da
pessoa. Isso é normal? O que meus pais vão achar? Como meus amigos vão me tratar? A
sociedade vai me aceitar? Onde vou trabalhar? Como exerço essa sexualidade?
Através da religião consigo mudar? Meu Deus me ajuda! 
Não é nada fácil para uma pessoa aceitar-se homossexual quando se vive numa sociedade onde
a heteronormatividade é o correto e tudo aquilo que não se enquadre nesse
conceito é errado é anormal.
Muitos falam em opção ou escolha sexual. Tratar a questão da
homossexualidade não tem nada a ver com escolha, a única opção que o ser humano
pode fazer com relação a sua sexualidade é, esconder fingindo ser outra pessoa,
vivendo uma vida dupla ou mesmo frustrada o tempo todo ou exercê-la, amar seu semelhante
sem medo e ser feliz.
A pior crueldade é a pessoa não se aceitar da maneira que é.
Criando dessa forma vários conflitos.
Desejo é incontrolável. O que se pode controlar é o
comportamento. Mas, onde fica sua satisfação, sua realização? Sexualidade é uma
questão tão íntima, tão nossa, que não existe nada de errado, desde que você
não esteja prejudicando ou forçando a si mesmo ou alguém.
A autoaceitação fica difícil quando você se enquadra no anormal.
Mas, a sua sexualidade não é um problema seu? Por que a
mídia, a família, as religiões, a sociedade, afinal todos devem se achar no
direito de dizer o que fazer ou do que gostar? 
Que gostar de um ser do mesmo sexo não é certo? Quem disse isso? 
Quem disse que ser homossexual é anormal?
Respeite-se a si mesmo, e seja quem você é!
Trabalhe seu autoamor, sua autoadmiração, seja seguro de
ser quem você é.
Não sofra mais por ser quem você é, você é perfeito em ser
assim. Não tem nada de errado.
Diga para si mesmo, eu sou normal! Sim, eu posso ser o que eu
quiser, sou eu que escolho o que me faz feliz. Força! 
Não se machuque tentando se enquadrar dentro de um padrão
que vai contra a sua essência, contra a sua natureza.
Pare de ter vergonha de ser quem você é. Não existe
normalidade. Todos nós somos seres únicos e individualizados, não existe o ser
perfeito. Perfeição é aceitar quem somos dentro das nossas singularidades.
Se mesmo assim você se preocupa em aceitar-se. E ainda mais
como lidar com essa questão diante da sociedade, busque um profissional para
que possa lhe ajudar, busque grupos de ajuda.
Você não é o único. 
Você tem o direito de ser feliz, liberte-se dos julgamentos  e da culpa, de tudo aquilo que lhe reprime e
seja feliz.
Por Sérgio Costa - Psicanalista
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